Será que eu tô num universo paralelo?
Talvez seja uma questão do que se perdeu com a tradução, talvez essa seja uma obra menor do Fosse...
Mas tô conspirando aqui... se quase todo mundo que tá amando esse livro não tá sofrendo algum tipo de gaslighting retroalimentado, ou algum fenômeno coletivo em que todo mundo se sente caogido a dizer que esse livro é bom. Não sei se pra parecer ter um gosto socialmente bem quisto, digno da marca "Nobel", ou se pra sinalizar que se sabe captar ~metáforas~ e coisas do tipo
É sempre complicado avaliar negativamente esse tipo de obra ao mesmo tempo que se evita levar a pecha de anti-intelectual. Correndo o risco de estar me iludindo -- quando eu era mais nova, eu dizia que "Moby Dick" era crueldade com os animais, crente que tava abafando -- eu acho que me atentei sim pras metáforas. O imagético individual/coletivo da morte, umas referências dantescas, …
Talvez seja uma questão do que se perdeu com a tradução, talvez essa seja uma obra menor do Fosse...
Mas tô conspirando aqui... se quase todo mundo que tá amando esse livro não tá sofrendo algum tipo de gaslighting retroalimentado, ou algum fenômeno coletivo em que todo mundo se sente caogido a dizer que esse livro é bom. Não sei se pra parecer ter um gosto socialmente bem quisto, digno da marca "Nobel", ou se pra sinalizar que se sabe captar ~metáforas~ e coisas do tipo
É sempre complicado avaliar negativamente esse tipo de obra ao mesmo tempo que se evita levar a pecha de anti-intelectual. Correndo o risco de estar me iludindo -- quando eu era mais nova, eu dizia que "Moby Dick" era crueldade com os animais, crente que tava abafando -- eu acho que me atentei sim pras metáforas. O imagético individual/coletivo da morte, umas referências dantescas, a impossibilidade de se apreender a relação entre o sensorial e o material por um viés inevitavelmente corpóreo-temporal, o uno-com-o-universo e coisas assim. Tendi!!! (Será que entendi mesmo??) Só não achei tão inovador ou sublime assim, se ouso dizer. Se o leitor preencher algumas lacunas da sua própria experiência e das suas próprias reflexões pode ser que dê pra se construir algo interessante. Mas não sei se daria tanto crédito assim ao autor por isso (nesse caso em particular).
É legalzinho sim, mas será que é legal num nível "gênio da literatura"? Estou sendo dura com esse livro, confesso, mas a orelha do livro me prometeu o "maior autor norueguês vivo"!
Ouuuu (cenário + provável) talvez esse seja o tipo de livro duma modalidade "espiritual/emocional/elevada" que eu seja incapaz de entender. Talvez eu esteja de novo entrando naquela zona de me questionar se o fã-clube do Paulo Coelho não entende de literatura, ou se sou eu que sou limitada e/ou fria demais pra entender o significado e a grandeza da coisa (genuinamente falando). Colocando em termos mais conciliadores: eu gosto de coentro, mas tem gente que diz que tem gosto de sabão. Será que sentir sabão no coentro seria realmente um "defeito genético", ou eu só não sou sofisticada o suficiente pra perceber as notas mais sutis presentes no coentro? (Pois é, eu não soube pensar numa comparação melhorzinha não)
[O conceito de "premiação artística" é bem engraçado. Séculos de filósofo trocando soco pra decidir quem tem o melhor palpite estético. Aí vem o Nobel e manda todo mundo calar a boquita e lança o título de Detentor Oficial do Bom Gosto Literário. Problema resolvido!]
Bom, na falta de um conhecimento mais completo do objeto que tô tentando julgar, vou concluir só dizendo que não curti o livro. Particularmente. Quem sabe não mudo de ideia no futuro, ou relendo esse título ou tentando ler outros do Fosse. Mas por enquanto minha experiência foi essa aí.